A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um problema de saúde significativo em todo o mundo. E a preocupação só aumenta ao se saber que há uma estimativa de milhões de pessoas com DPOC, mas que ainda foram diagnosticados. As internações hospitalares por exacerbações agudas têm sido associadas ao aumento da utilização de recursos, bem como ao aumento da mortalidade.
A pandemia gerada pela Covid-19 causou grande preocupação em pacientes com diagnóstico de doenças crônicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a disseminação em massa do vírus no dia 11 de março de 2020, sendo que em abril de 2021 já haviam 30.596.830 casos totais de COVID-19 nos Estados Unidos com um total de mortes relatadas em 554.420 . 4 É crucial discutir a DPOC como uma condição comórbida para COVID-19 para avaliar estratégias eficazes em relação ao manejo e prevenção. Também é essencial informar os médicos e provedores para ajudá-los a tomar decisões baseadas em evidências sobre como gerenciar essa população.
DPOC como uma condição comórbida para COVID-19
A reserva pulmonar deficiente pode levar à piora dos resultados para pacientes com DPOC com diagnóstico de Covid-19. Pacientes com DPOC com diagnóstico de Covid-19 na China tiveram uma probabilidade 2,6 vezes maior de serem admitidos na unidade de terapia intensiva e colocados em ventilação mecânica.
A preocupação reside nos efeitos de curto e longo prazo da Covid-19 nos pulmões, especialmente em pacientes com DPOC. Uma extensa revisão sistemática mostrou que os pacientes com Covid-19 e que também têm DPOC subjacente, têm maior chance de serem hospitalizados e admitidos na unidade de terapia intensiva em comparação com os pacientes com Coronavírus, mas sem DPOC.
Pacientes com DPOC e com diagnóstico de Covid-19 também apresentaram mortalidade mais alta do que pacientes com outras doenças, como a diabetes e a hipertensão.
Fisiopatologia de Covid-19 em pacientes com DPOC
As causas subjacentes da DPOC, como o tabagismo, podem levar ao aumento da suscetibilidade a infecções respiratórias. O papel da imunidade adaptativa também é severamente prejudicado em pacientes com DPOC.
Uma meta-análise recente relatou que os pacientes com DPOC tinham cinco vezes mais chances de desenvolver uma infecção grave por Covid-19. Podemos postular que a resposta imune prejudicada em pacientes com DPOC os torna mais suscetíveis ao aumento do risco de uma infecção grave relacionada ao vírus SARS-CoV-2.
Estratégias de manejo em pacientes com DPOC com Covid-19
A pesquisa é limitada sobre se a técnica de tratamento convencional atualmente usada para controlar a DPOC deve ser alterada nos pacientes com Covid-19.
Uma preocupação é o uso de corticosteroides. Em outras pandemias virais, o uso de corticosteroides sistêmicos retardou a depuração viral. O uso de dexametasona no estudo Recovery realizado no Reino Unido mostrou uma redução de 33% na mortalidade. Esses resultados promovem o uso de dexametasona em pacientes com DPOC com Covid-19.
Outra área de preocupação é como a pandemia alterou a capacidade dos pacientes de fazerem consultas clínicas presenciais. Isso também impediu sua capacidade de participar de sessões de reabilitação pulmonar.
Uma opção para os pacientes é usar a telessaúde. Mais pesquisas são necessárias para mostrar o valor a longo prazo dessa opção para pacientes pós-pandêmicos em relação aos resultados gerais dos pacientes e às taxas de readmissão.
Papel da telessaúde
A pandemia gerada pela Covid-19 fez com que os pacientes com DPOC encontrassem alternativas às consultas tradicionais e às sessões de reabilitação pulmonar.
Com a telessaúde provando ser uma opção viável para esses pacientes fornecerem os melhores cuidados, a esperança é continuar apresentando essas opções de telessaúde aos pacientes como uma opção alternativa para se encontrar com seus provedores.
Ele oferece um nível essencial de acesso para que os pacientes consultem os provedores. A pesquisa aponta para os benefícios da telerreabilitação, educação em saúde e autogestão.
A pandemia forçou os médicos a pensar fora da caixa em relação ao tratamento de pacientes com DPOC, visto que pesquisas futuras identificarão o impacto da telessaúde em pacientes com DPOC durante a pandemia.
Conclusão
É bem perceptível como a Covid-19 colocou uma pressão significativa no sistema de saúde. Pacientes com doenças crônicas tiveram que buscar meios alternativos de atendimento.
Além disso, a preocupação de serem expostos ao vírus alterou a forma como eles manejam rotineiramente suas doenças. Será vantajoso observar os efeitos que a pandemia teve em pacientes com DPOC e quantificar o papel que a DPOC desempenhou como uma condição comórbida de Covid-19.
E, à medida que as vacinas se tornam disponíveis para essa população de pacientes, esperamos que esse fardo diminua. Esperamos que as lições aprendidas durante a pandemia Covid-19 forneçam mais opções em relação ao manejo de doenças, como a DPOC, especialmente em relação ao uso de telessaúde e outras formas de tecnologia.
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Fonte: American Association for Respiratory Care