A retenção de secreção pulmonar e o uso da ventilação mecânica são fatores de risco associados à longa estadia na UTI e à mortalidade em pacientes críticos. Tais fatores também assumem extrema preocupação quando abordada a população dependente de ventilação em ambiente domiciliar.
Diversas estratégias adotadas pela fisioterapia respiratória, ajudam a eliminar a secreção pulmonar e a prevenir complicações pulmonares.
Tossir é um reflexo natural de proteção da via aérea, podendo ser desencadeada voluntariamente pelo paciente ou estimulada por um profissional constituindo uma importante ferramenta dentro do arsenal terapêutico destinado a manter uma drenagem adequada de secreções.
Mas como estimular a remoção de secreções com os pacientes submetidos a ventilação mecânica e que não conseguem produzir uma tosse eficaz? Vamos falar mais no restante deste artigo, confira!
A Técnica de Hiperinsuflação Pulmonar
Um dos principais objetivos do fisioterapeuta respiratório é prevenir e tratar as vias respiratórias e evitar complicações em pacientes, principalmente os que se encontram criticamente enfermos.
E o controle da secreção em pacientes ventilados mecanicamente é uma tarefa primordial. Uma melhor compreensão dos mecanismos de viés de fluxo e compressão dinâmica das vias aéreas durante a terapia pode permitir uma abordagem mais eficaz para os pacientes.
A hiperinsuflação do ventilador pode ser definida como o uso do ventilador para fornecer maior volume corrente com o objetivo de auxiliar com remoção de secreção.
Esta técnica foi introduzida como uma alternativa à hiperinsuflação manual, que é realizada entregando um grande volume corrente, seguido por um platô inspiratório e uma rápida liberação da bolsa para fornecer altos fluxos expiratórios.
Tanto a hiperinsuflação do ventilador como a hiperinsuflação manual podem ser aplicadas com um segundo objetivo: abrir unidades pulmonares colapsadas que não estão necessariamente associados à secreção das vias aéreas. Neste artigo, porém, falamos apenas da hiperinsuflação do ventilador como técnica de desobstrução das vias aéreas.
Os benefícios da técnica
Devido às vantagens potenciais da hiperinsuflação do ventilador, abraçamos seu uso em vez da hiperinflação manual. Ao usar o ventilador para aplicar a manobra, o paciente não está desconectado do ventilador mecânico, que evita a perda de pressão expiratória final positiva (PEEP), hipoxemia e tensão de cisalhamento causada pela abertura e fechamento cíclicos de pequenas vias aéreas.
Além disso, diferente da hiperinsuflação manual, hiperinsuflação do ventilador torna possível monitorar e definir os parâmetros de interesse para a aplicação da técnica.
Muitos são os relatos quanto aos benefícios na remoção de secreções e na melhoria dos parâmetros fisiológicos.
E, em relação à segurança da hiperinsuflação do ventilador, apesar do conhecido risco de repercussões hemodinâmicas ao usar altas pressões positivas, nenhuma mudança significativa na pressão arterial e frequência cardíaca durante a técnica foram relatados até o presente momento.
Abaixo você pode fazer o download do artigo “Airway Clearance Techniques for Mechanically Ventilated Patients: Insights for Optimization” que descorreu sobre o uso da Hiperinsuflação Pulmonar em pacientes ventilados, como a técnica de higienização pulmonar.
Gostou do conteúdo? Se tiver alguma dúvida ou precisar de mais informações, é só clicar no link abaixo e falar com a nossa equipe.